Está um calor insuportável aqui, juro. Eu estou deitado em cima da cama, sozinho e a derreter e imagino todos os sitios onde queria estar agora (spoiler alert: nenhum deles é a rua da estação).
Com alguém nos meus braços, ou nos braços de alguém, bem longe.
Imagino-me em cima do capot de um carro, no meio do nada, com uma música qualquer, numa rádio qualquer, nesta noite, ou numa como esta, a ensinar constelações e a contar histórias da treta sobre as estrelas.
"Sabes a história de Altair e Vega?"
Ou então numa praia qualquer do mundo, daquelas que se vêem nos postais e nos filmes. Areia da cor do pôr do sol e água limpida como nós. Com um mojito numa mão, daqueles com uma sombrinha e uma palhinha que dá 30 voltas ao copo, a fazer um brinde à vida.
"A nós, à vida, e que ela nunca mude."
Ou até num quarto de um hotel ranhoso, no fim do mundo. Com uma tempestade dos diabos na rua. Numa cama de paletes e um colchão. A fazer planos para o futuro entre trovões e relâmpagos.
"Se me aqueceres neste frio, eu protejo-te dos trovões. Pode ser?"
Vamos embora. Estou em casa sozinho e está um calor dos diabos.
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